28 de setembro de 2009

"REFLEXÕES DE MÃE"





foto: Miriam Silva (David e Rica)

O Baby boom da minha geração chegou (bom pra Mamma Mini!!!!). Tenho muitas amigas, cunhadas ou primas com filhos pequenos como o meu ou um tiquinho mais novos ou mais velhos, grávidas do primeiro ou segundo filho (ou terceiro!) e passando pelos prazeres e perrengues de ser mãe de primeira, segunda ou terceira viagem....rs. Cada uma com o seu jeito mãe de ser, tentando recuperar a mulher que se escondeu no meio do turbilhão de hormônios da gravidez, aprendendo a administrar sua nova e mais importante função da vida "cuidar de uma pessoa tão pequena e tão amada que depende exclusivamente de você e do seu peito"... e que vai crescendo tão rápido, mas tão rápido que quando vc perceber ela já estará andando, falando e demonstrando o quanto sua participação é FUNDAMENTAL na vida dela. O quanto vc é importante, amada e NECESSÁRIA. Acho que esta sensação é insubstituível. Mas ela passa, porém o amor fica. Para sempre.


Por isso, para que a velocidade da luz com que as crianças crescem não passe por mim como um trem bala e eu só fique assistindo de fora, resolvi me jogar no vagão e mergulhar no meu papel de mãe, abrindo mão de um trabalho fixo que eu amava, para criar uma nova alternativa de trabalho que eu também amasse, junto com a minha companheira de jornada a Adri, que passou pela MESMÍSSIMA experiência e entrou neste vagão antes de mim... me chamou da janelinha e eu fui... de peito aberto e coração apertado. Tomamos o trem bala com direção para um lugar muito feliz, onde as mães ficam perto dos seus filhos, bem perto. E trabalham e ganham dinheiro, EBA! Parece perfeito! Mas não é, off course! Existe alguma coisa perfeita no mundo?

Hoje agradeço minhas crises existenciais antes de tomar a decisão de pegar este trem. E agradeço o convite da minha querida amiga que veio um pouco depois da minha decisão, mas foi o convite de me juntar a ela nesta incrível viagem. O universo teve participação especial, pois me mostrou que um novo momento de vida PEDE uma nova maneira de trabalhar e de VIVER, e esta maneira de viver é MAIS PERTO do meu filho. Claro que a gente conta neste momento com a pessoa da nossa vida: o maridão, sim esta pessoinha BIG que é a razão de tudo isso, de vc ter se apaixonado loucamente e de ter tido uma vontade incontrolável de ter um filho com ele para dar continuidade, para construir uma família com esta pessoa que vc escolheu para viver e ser feliz pra sempre, o seu príncipe encantado. Para ver um pedacinho de vc e um pedacinho dele numa nova pessoinha. Só de vcs dois. Ledor vador (de geração em geração).

Quando a gente se torna mãe, para algumas mães é impossível retomar a vida exatamente como ela era antes. Porque algumas mulheres, como eu e a Adri, jamais serão como antes. A gente não consegue se achar mais no meio de tantas horas de trabalho longe de casa ligando pra saber se o filho fez cocô, xixi, comeu, tem febre, tomou banho, brincou, está feliz, está triste, se machucou, jogou bola, enfim, TUDO. O filho vira primeiro plano, e o trabalho segundo. Me lembro da minha babá me ligando para dizer que o David tinha falado "mamãe" e eu não estava lá. Me debulhei em lágrimas o resto da tarde no trabalho. E quando ele engatinhou pela primeira vez eu também não estava lá. Outro show de lágrimas. A Adri tem também um monte de histórias pra contar de momentos únicos e importantes que ela viveu no trabalho, enquanto alguma outra pessoa muito querida acompanhava o seu amado filho. Mas a gente não estava lá. E isso jamais voltará.

Precisamos sim nos realizar profissionalmente, nos realizar como mulheres, ganhar nosso próprio dinheiro e termos nossa independência financeira. Necessitamos de tempo para os momentos só do casal, viagens sem filhos (honey moons parte I, II,III...).
E vendo a aflição das minhas amigas e os malabarismos que todas fazem para se virar nos 30 e dar conta de trabalhar, cuidar de filho, casa, marido e ainda ficar bonita, magra, com corpo legal, achar tempo para fazer a unha, ler e o que mais? falta mais? Somos supermulheres. E supermulheres precisam de superpoderes. Superpoder é luxo. Luxo é tempo. Tempo para curtir seus filhos, para delegar menos e participar mais. Pelo menos nos 3 primeiros anos de vida. Ouvia uma frase cafona num comercial da minha infância que nunca saiu da minha cabeça, talvez porque cresci sem meu pai, mas a frase se fixou dentro de mim: "não basta ser pai, tem que participar". Acho que é isso. Pai ou mãe, Pãe, precisamos cuidar de nossos filhos. E precisamos trabalhar também. Por isso a palavra chave é ADAPTAÇÃO.




foto: Miriam Silva (David e Fê)
Se permitir novos formatos, novas possibilidades, novas chances para adaptar maternidade e trabalho não é uma tarefa fácil, a gente se sujeita a menos glamour, menor salário (temporário a gente espera!) mas a gente acredita que tudo isso vai compensar, porque cada vez que vemos a evolução dos nossos pimpolhos e do nosso trabalho, dá um prazer gigante, uma felicidade imensa, e uma sensação de TRABALHO CUMPRIDO. Eu estava aqui quando o David andou pela primeira vez. E isto não tem preço, estará guardado pra sempre na minha memória, no meu coração e escrito nas páginas do meu "journal". Vou levar pra sempre este momento mágico que não volta nunca mais. Coisa de mãe, que ama incondicionalmente.
Boas reflexões para todas as mães que trabalham.
beijos