22 de novembro de 2013

QUANDO VOCÊ COMEÇOU A ACREDITAR NOS SUPER HERÓIS...




Você costumava ter medo de super heróis. E abominava qualquer filme ou desenho relativos ao tema.
Você não conseguia entender que aqueles caras coloridos e fantasiados estavam salvando o mundo dos vilões. Pra você um cara fantasiado era também um vilão.

Você preferia ficar brincando com seus carros e trens. Imerso no mundo das pistas de corrida, das filas de carros e trens, nos campeonatos de velocidade, na coleção de todos os carros de plástico, ferro e madeira e trens idem. Os meios de transporte te interessavam muito mais do que as pessoas que poderiam utilizá-los.

Mas de repente tudo mudou. Você começou a gostar de um menino que se transformava em diversos aliens para salvar o mundo. E essa coisa de salvar o mundo mexeu com você. E mesmo estes aliens sendo meio esquisitos, grandes e com voz assustadora, nada disso te assustava mais, porque o conceito de salvar o mundo através daquele menino mudou tudo para você. E então entramos no mundo colecionável dos áliens e dos infinitos desenhos e episódios de força e supremacia alienígenas que existem...

Ele foi só a porta de entrada para todos os outros. Então chegou o homem aranha, o batman, o wolverine, o capitão américa, o superman e tantos outros para conviverem com a sua imaginação, pra fazerem parte da nossa rotina, da nossa vida. Você superou o medo dos super heróis e se encantou com o fato de um homem poder se transformar em um herói que vence todas as batalhas. E enfrentar todos os vilões que possam atravessar as galáxias. E ganhar. E confirmar o que você sempre acreditou, que o bem sempre vence o mal. Uma crença necessária para você conseguir viver neste mundo. Neste aspecto filho, somos iguais. Também preciso acreditar que o bem sempre vai vencer. Também prefiro fechar os olhos quando vejo algo que é muito assustador ou simplesmente desligar a televisão, mudar de canal.  E descubro um novo você. E descubro você crescendo, entrando em contato com coisas que não conhecia, dando espaço para novas fantasias, para novas descobertas. Fico feliz por te ver quebrando suas próprias barreiras e enfrentando seus medos. Sei que você tem um grande incentivo em casa (que não sou eu ) para enfrentar as coisas que te assustam. Essa mesma pessoa que faz você ir pra frente e ultrapassar obstáculos faz o mesmo comigo. Diria que ele ganhou dois exemplares similares que precisam de um empurrãozinho extra para entrar em contato com as coisas que não são tão legais. Que tira a gente da zona de conforto para uma nova descoberta, para uma nova conquista, para um novo olhar. E que faz a gente se sentir bem e seguro por ter conquistado algo novo. É mais fácil acreditar em super heróis quando se tem uma espécie de super herói dentro de casa. Neste aspecto você tem sorte filho. E eu também. Ao infinito e avante! 

28 de outubro de 2013

AMOR QUE AS VEZES ADOECE


Quando vocês ficam doentes eu sofro. Eu não durmo. Eu me preocupo. Minha fé é testada em vários momentos. Quando vocês ficam doentes eu fico forte. Quando na verdade eu estou em frangalhos por dentro. Frágil. Sensível. Mas preciso contar pra vocês que tudo vai ficar bem. Que tudo vai passar. Acreditar nisso e fazer vocês acreditarem na minha certeza. Nas palavras que saem do meu coração. 
Nesses momentos eu queria que a dor de vocês fosse minha. Eu queria poder  aliviar tudo o que vcs sentem. Mas não posso... porque sei que suas dores são necessárias para o seu crescimento. Porque sei que vocês são meninos saudáveis e depois de noites sem dormir, de mil inalações, de diversas doses de remédio, vocês estão saltitando felizes por aí e tomando bronca por aprontarem mil peripécias da dupla dinâmica. Duplinha do barulho. Pessoinhas tão amadas. Amor que transborda, amor que dói. 

Quando vocês ficam doentes minha vida para. Meu mundo para. Meu foco é fazer tudo para cuidar de vocês para que vocês melhorem logo. Deixo comer na cama, deixo comer o que tem vontade, paparico, dou cafuné, deixo vir pra nossa cama. 

 Nossa vida fica suspensa por algumas noites, nossos jantares são interrompidos por um chorinho ou reclamação, nenhuma taça de vinho se esvazia, nenhuma refeição chega até o final, nenhuma noite é completa. Nossos braços se encontram com um de vocês no meio, ás vezes os dois. E nossas mãos se entrelaçam num movimento de amor e constatação de que estamos juntos, de que tudo vai passar, de que nossos projetinhos de vida estão ali e nós também com os braços de polvo maiores do mundo entrelaçando os maiores amores e esperando o momento certo de nos entrelaçarmos sozinhos.

É, quando vocês ficam doentes, a gente reza pra passar logo, e na maioria das vezes vocês melhoram logo. Felizmente.  E a vida vira festa de novo. E a gente volta a viver.




7 de outubro de 2013

UM GOSTA DE AZUL O OUTRO DE VERMELHO



Um gosta de vermelho, o outro de azul
Um gosta de água com gelo o outro de água natural
Um gosta de comida quente pelando o outro de comida morna esfriando
Um gosta de doces o outro de salgados
Um gosta de pão o outro do recheio
Um gosta de construir castelos o outro de desconstruir 
Um gosta de ficar em casa o outro de sair
Um gosta de banho quente o outro de banho morno
Um gosta de mergulhar o outro de ficar na superfície
Um gosta de leite quente com chocolate o outro de leite puro frio
Um gosta de ser levantado e atirado o outro de ficar grudado apertado
Um gosta de dançar com as mãos o outro de segurar a mão no coração
Um gosta de sobremesa o outro de sair da mesa
Um gosta de ser comandado o outro de comandar
Um gosta de obedecer o outro de enfrentar
Os dois gostam de pular, correr, dançar, lutar, bagunçar, dar risada, dormir abraçado, grudado, apertado dar beijo estalado 
São diferentes e são parecidos
São especiais e são divertidos
São amados e ensolarados
São únicos e muito amados



9 de setembro de 2013

PARADA OBRIGATÓRIA


A vida nos mostra o tempo todo o que devemos fazer, são sinais, muitos sinais... tem gente que não liga para isso, tem gente que nem percebe isso, mas para os atentos e antenados de plantão a vida se encarrega de colocar placas bem na nossa cara... ás vezes de um jeito um pouco esquisito, muitas vezes a placa está de cabeça pra baixo, outras vezes escrita por meio de criptogramas, nem sempre as letras estarão claras o bastante, mas o importante é que a mensagem estará ali, bem a sua frente, ou um pouco ao lado, basta você se abrir para sentir. Isso me aconteceu ha 2 semanas. Exatas 2 semanas. A vida andava frenética, atrasada, apressada, desesperada até que um dedo quebrado mudou o curso de tudo. Uma parada obrigatória, uma besteira sem fim que te faz repensar os caminhos, os lugares, os momentos, te mostra que você não conseguirá fazer tudo o que deseja no tempo que espera, mas que você fará o necessário e o que deseja com calma. Que as corridas não serão possíveis por algumas semanas. Que aquele look incrível de salto também não será possível. Que você terá limitações e ainda assim aprenderá a conviver com elas. Você não vai tomar banho como gosta porque o pé tem que ficar pra fora do chuveiro, você não pode carregar o mundo nas costas e nem as mil sacolas que costuma arrastar pra cima e pra baixo porque simplesmente não vai conseguir. Seu equilíbrio será testado em todos os momentos com um novo passo, com um novo passear, você se vê lenta como uma tartaruga e ainda assim consegue viver. Como isso é possível? Viver sem pressa? sem correr? sem carregar o mundo nas costas? Como? Vivendo. Simples assim. Porque a vida pede calma. Porque o corpo pede calma. E tem como não ouvir os sinais que a vida te da?

9 de agosto de 2013

Me Adaptar


Pois é, chegou o dia. Meu bebê cresceu. E foi para a escola. Aperto no coração. Arrependimento. Emoção. Orgulho. Alegria. Insegurança. Tudo junto misturado. No primeiro dia achei que fiz tudo errado. Que ele era muito pequeno ainda para esta vida escolar. Me senti acelerando um processo dele. O David entrou um pouco depois do que o Beny está entrando na escola, e a comparação é inevitável, mas cada um é um, e cada um tem um momento diferente, necessidades diferentes.
Depois de alguns dias vi que quem precisava se adaptar era eu e não ele. Ele adora ir para a escola. Vibra cada vez que encontra com o irmão. Aliás momentos estes de encontro dos dois que enchem meu coração de alegria e enchem meus olhos d'água. Ele quer puxar a mochila de rodinhas sozinho: "Eu mamãe". Participa da bagunça. E se solta e se diverte. Estes dias de adaptação foram tão ricos, porque pude, de fora, enxergar meu filho de um outro jeito. Um menininho pequenino que já sabe pedir o que quer, já sabe se virar, já tem um jeito próprio de conduzir as coisas e que tem um jeito tão engraçado e leve de ver a vida. Pude tirar ele do pedestal de bebê e encarar como uma pessoinha que está sim querendo se relacionar com o mundo que está a volta dele. Não consigo desgrudar muito dele na adaptação, quero protegê-lo,  mas quando desgrudamos fico feliz porque saber que ele está seguro longe de mim me faz feliz, me faz ver que ele é um menino emocionalmente feliz e tranquilo.

O coração aperta. Ele é pequeno. A turminha é grande. Mas amo a escola. Amo a equipe. Amo a professora, a assistente, a coordenadora, o espaço. Ha exatos 2 anos e meio estava fazendo a adaptação do David. Que foi infinitamente mais tranquila. E infinitamente diferente. Como tudo desses dois serzinhos da minha vida. Sempre juntos. Sempre diferentes, sempre incríveis e sempre muito muito especiais. Eu vou me adaptar. Eu sei que vou. Ele? Já está adaptado. Eu vou me adaptar.

24 de julho de 2013

Reflexões de mãe em tempos atuais


Sempre me questiono se estou sendo a pessoa que eu gostaria de ser, a mãe que eu espero que eu seja... Na verdade eu tenho um medo gigantesco de passar por essa vida e lá na frente descobrir que fui uma mãe de merda para os meus filhos. Uma mãe insignificante que depois que eles crescerem não deem a mínima para o que eu fiz por eles, tudo o que abri mão, toda a dedicação, o amor, as noites em claro... E depois penso porque eu tenho que esperar algo em troca se a relação de mãe e filho é incondicional? Será que ela é mesmo? Será que se seu filho virar as costas para vc, te tratar de maneira inadequada vc vai continuar abrindo mão de tudo por ele? Até onde vai esse amor?  Ele é capaz de te anular como pessoa para focar totalmente nesta pessoa em desenvolvimento e crescimento? Eu acho que sim, ele é capaz, mas não deveria, ou não deveríamos permitir que esse amor faça isso com a gente.

Tentar ter vida a parte dos filhos, ter tempo para ler um livro e tomar um chá faz parte. Conseguir escapar pra fazer a unha, escapar pra jantar  com uma amiga, escapar com o marido para namorar... são coisas essenciais para qualquer pessoa nesta vida... O amor incondicional pelos filhos tem que ser algo prazeroso, gostoso, feliz, não pode ser uma prisão... quantas mães eu não encontro pela vida que tem aquela estafa emocional por tanta dedicação? E outras vivem tranquilas sendo a mãe suficientemente boa do Winnicot...

Eu tenho uma vontade de superação, um débito constante... Eu quero ser a melhor mãe (claro que não sou)... eu quero que meus filhos sempre saibam que podem contar comigo, que no futuro digam que bom que tive essa mãe, que bom que ela fez isso pela gente, que bom que ela existe. Eu quero existir pra ver meus filhos crescerem, se desenvolverem, vibrar com as conquistas, dar colo nos momentos difíceis (que espero que sejam mínimos) mas a vida é isso... Acho que a coisa de mãe e filho é uma parceria da vida, que nem sempre da certo... Mas quando da certo é maravilhoso para os dois lados. Eu quero ser a mãe presente que respeita os limites do filho, que entende que cada um é uma pessoa diferente com necessidades diferentes e que tem sensibilidade suficiente para agir de acordo com os momentos de cada um. Eu quero ser uma mãe justa. Eu quero ser uma mãe que de muito amor. Eu quero ser uma mãe feliz. Eu quero ser um bom exemplo. Não quero me sentir no débito porque estou me realizando profissionalmente parte do dia fora de casa, longe deles. E claro que eu quero ser lembrada por este grande papel exercido na minha vida. Talvez o mais importante deles, porque gerar filhos e criar pessoas para a vida é uma grande missão e um privilégio. Será que eu quero demais? E existe medida para este amor imenso? 


*imagem de Yelena Bryksenkova - artista Russa com o traço mais lindo ever


24 de junho de 2013

Amor Puro



Uma coisas ótima de se ter filhos, é olhar um milhão de vezes para a mesma coisa e sempre ter uma emoção diferente através daqueles olhinhos emocionados, ávidos, curiosos, contentes, surpresos... Cada vez que apresento uma coisa nova para os meus filhos (nova para eles e velha para mim) é como se eu descobrisse uma nova forma, um novo olhar, um novo sabor de enxegar o mundo através deles. Olhar para um aquário mil vezes e ficar mostrando cada coisa nova que eu vejo e penso que ele vai amar, só porque sei que aqueles olhinhos ansiosos por novidade vão vibrar, vão sorrir pra mim e vão me fazer sentir que todas as outras vezes que olhei para um aquário não valeram tanto a pena, não foram tão gratificantes. Assistir mil vezes o filme do Mickey e ver os olhinhos daquela mini pessoa vidrados, gargalhando nas mesmas partes engraçadas do filme me fazem decorar aquelas musiquinhas, aquelas falas e achar cada vez mais fofo aquele repeteco. Levar os dois para o pé de tangerina, mostrar para eles as tangerinas maduras, levantá-los no colo para colher direto do pé e comer com eles aquela fruta que veio da nossa árvore, me faz querer mostrar todas as maravilhas do mundo para eles, porque aquelas carinhas felizes, aqueles olhinhos brilhantes ávidos fazem as coisas mais simples da vida se tornarem as mais especiais. Eu amo ver o mundo através deles. É mágico. É um privilégio. É amor puro.


8 de maio de 2013

Errar tentando acertar..!

Pra mim é normal errar. Quer dizer, eu não acho normal, eu odeio errar, mas erro pra caramba, tentando acertar na maioria das vezes. Principalmente nas atitudes que dizem respeito aos meus filhos.
Agora por exemplo, esta semana...  coloquei os dois no mesmo quarto sem autorização prévia do meu mais velho que já ocupava e reinava absoluto no quarto ha exatos 5 anos. Tem atitude mais sem noção que esta? Eu explico:

Ha alguns meses o meu pequenino se jogou do berço, demonstrando ser o super bebê acrobata e a gente tirou o berço de circulação com medo de acrobacias mais radicais aparecerem por aqui. Compramos uma mini cama para o mini pessoa. Como a cama não tinha pronta-entrega a gente colocou ele para dormir no quarto do irmão até chegar a cama. Não deu muito certo porque ele estranhou o quarto, a cama e acordava no meio da noite, acordando também meu mais velho... foram umas 2 semanas.... partindo desta mal sucedida experiência quando a caminha chegou a gente colocou no quarto do baby mesmo e deixamos os dois ado ado ado cada um no seu quadrado.



Eis que o baby ficou doente, e com isso acabou usufruindo dos benefícios da cama dos pais, e depois que passou o dodói ele começou a dormir péssimo... me deixando muito cansada. E depois meu mais velho ficou doente também usufruindo do benefício e paparico do quarto dos pais (é lá em casa quem fica doente pode dormir com os pais) e a minha cama começou a ser invadida por dois seres loirinhos cheios de vontade de se aconchegar no meio do papai e da mamãe. Mas papai e mamãe não ficaram muito felizes com esta situação que começou a virar rotineira. Então papai e mamãe decidiram deixar os dois no mesmo quarto porque assim, um faz companhia pro outro. Certo?

Certo, mas e a história da experiência mal sucedida? Sublimei e pensei com muita esperança no coração que o fato de um estar do ladinho do outro pode ser mais positivo depois da adaptação do que negativo na acordação noturna. E de fato foi na primeira noite. Porém antes da primeira noite, quando eu cheguei em casa segunda-feira possuída pela mulher do Extreme Makeover  disposta a mudar os dois para o mesmo quarto e comecei a tirar as coisas do quarto do David ele começou a chorar. Falando que não queria que eu mexesse em nada. E eu mexendo em tudo tentava mostrar para ele a parte positiva de tudo aquilo. Mas ele simplesmente não enxergava. E depois disso com algumas negociações feitas, ele aceitou. Contrariado mas aceitou. E depois veio nele uma mega dor de cabeça seguida de febre, que claro não tem nada a ver com isso, mas que claro pode ter tudo a ver com isso. Sim estamos no outono, a cidade tá uma bola de vírus, todas as crianças doentes, o irmão dele estava doente semana passada e  blá blá blá.... mas ninguém tira da minha cabeça que o corpo e a mente tem caminhos engraçados, incoerentes e estranhos para fazer quando sofrem algum tipo de stress...

Enfim, depois de tudo, fiquei me sentindo uma mãe de merda. Eu sei que não sou, mas me senti de uma sensibilidade mínima e praticidade máxima. Não respeitei o espaço do meu menino, não dei a ele a chance de se acostumar com a idéia, de se adaptar, de me mostrar o que estava sentindo. Tudo vai ficar bem, assim espero, e tenho certeza de que os dois vão estreitar muito os laços dormindo no mesmo quarto, mas confesso que faltou tato e sensibilidade pra mim. Por isso que digo que neste caso errei. E chego a uma constatação básica, real e verdadeira perto do dia das mães: as mães erram. Talvez sejam absolvidas pelo fato de que erraram tentando acertar. Mas erram pra caramba. E quem foi que falou que ser mãe é fazer tudo certo?

9 de abril de 2013

A maternidade rosa


Para mim a maternidade é azul, porque eu sou mãe de dois meninos. Lindos. Amados. Insuportavelmente deliciosos. Porém ela tem um quê de rosa, porque quando se trata de falar dos meus filhos e da maternidade tenho uma visão romântica rosa e quase alilazada sobre o tema... Porque ter filhos para mim é fazer parte da mágica da vida, da benção divina de gerar um serzinho e proteger, cuidar, amar com tanto afinco que sua vida se transforma por completo. Você se transforma por completo. Não conheço uma mãe que continuou sendo a mesmíssima pessoa antes e depois dos filhos. Eu digo que é o AF e DF. Algumas mudam mais, outras menos, mas todas serão transformadas por um amor avassalador e preocupações e tormentas idem. E mesmo com todos os perrengues da maternidade (sim, mesmo no mundo cor-de-rosa ou lilás da maternidade, perrengues existem) o amor supera os perrengues e ser mãe me trouxe um sentido absurdo na vida. E descobri uma vocação incrível que eu nem imaginava existir dentro de mim. Ser mãe é definitivamente meu melhor papel, ou o que eu exerço com mais graça e dom natural.



A natureza me chamou  ha exatos 5 anos e 3 meses e eu fui. E eu fui duas vezes, porque gostei muito do caminho.  Para mim, ficar grávida, mesmo tendo enjôos em uma das gravidezes, usando soutien tamanho 48 e pedindo ajuda para amarrar os sapatos ou depilar me fazia sentir bonita, poderosa e especial. Sentir o passo a passo daquela barriga crescendo, o corpo mudando de forma, sentindo cada soluço, movimento de suave no começo a chutes doloridos no final, me fazia sentir viva, feliz, protetora dos meus rebentos. Me recordo do nascimento dos meus filhos com muita emoção... viveria isto de novo mil vezes, na minha cabeça, como num filme. Momentos mágicos que estão fincados na minha alma para sempre.

A maternidade me tornou uma pessoa melhor. A maternidade me ensina todos os dias. A maternidade rosa que eu enxergo, mesmo num universo completamente azul de carros, lutas e esportes radicais, me faz feliz, me faz viva, me faz pessoa. Maternidade é um monte de coisas juntas, tudo ao mesmo tempo agora, transforma sua rotina numa corrida de 6 kilômetros com  200 obstáculos , e ainda assim, voltar pra casa e ver aquelas carinhas esperando ansiosamente por uma brincadeira, receber um abraço que quase te derruba no chão, é absolutamente fantástico. Faz a vida valer muito mais do que ela valia antes. Me faz ser muito mais feliz do que eu era antes. 

28 de fevereiro de 2013

Viajar com apenas um dos filhos, pode?

Você que é mãe de dois, três, quatro crianças adoráveis... que vc ama incondicionalmente todinhos os filhotes com a mesma intensidade sabe do que eu vou falar aqui...

Afirmo que a nossa vida é cheia de situações, de surpresas e de coisas que você e o pai dessas criaturinhas amadas terão que resolver e decidir, e nem sempre será a decisão mais fácil...

Eu já viajei sem meus filhos algumas vezes. Viagem a lazer, viagem a trabalho, todos os tipos de viagem...  sempre tive culpa e ansiedade, sempre acabo ficando doentinha antes de viajar, mas o fato é que quando estou lá no destino, sempre aproveito e me divirto muito. Começo a ficar de coração apertado conforme o tempo vai passando e a saudade vai apertando. Eu diria que 1 semana é o tempo limite para a saudade começar a cortar a alma. Cinco dias é ótimo porque vc sente saudades mas é suportável. Passou de 1 semana a saudade começa a doer e vc começa a sofrer. Você não, eu. Cada um funciona de um jeito... tenho amigas que viajam sem os filhos, tenho amigas que não viajam sem os filhos, tenho amigas que morrem de saudades e outras que ficam ótimas e poderiam ficar 1 mês fora... Tem de tudo, essa é a boa textura da maternidade. E esta é, como eu sempre digo, a parte boa de ter seus próprios filhos, todo mundo vai falar e palpitar mas você vai fazer apenas o que você achar melhor. Adoro.

Estou numa situação delicada, porque vamos fazer uma viagem com meu filho mais velho e não sabemos se levaremos o baby. Já viajamos com o mais velho e deixamos o pequeno aqui sob os cuidados da avó e foi super tranquilo. Mas ele era muito pequenino e não teria condições de levar, depois era aniversário do meu filho e a gente queria ter um momento só com ele, ele tinha acabado de ter um irmãozinho, achamos que seria legal pra ele ter os pais exclusivos por este período.

Desta vez é diferente. Teremos um evento de família em Israel. Israel é longe daqui. O tempo de viagem seria apenas de 4 dias lá, descontando a ida e a volta. São 2 vôos, o primeiro bem longo. Muito puxado pra ele. E pra mim. E depois voltaria sozinha com os dois. Isso me deixa um pouco nervosa, porque sei que  pensar em avião com 2 crianças me deixa tensa... odeio avião... meu mais novo é super pilha, não curte muito ficar paradinho, mas os dois se divertiriam juntos, é fato... Por outro lado penso que ele ficar quietinho na casinha dele por menos de 1 semana vai ser mais tranquilo, mais confortável pra todo mundo. 

Mas meu coração fica apertado. Eu não decidi nada ainda. Pendo para o lado de deixa-lo aqui. Mas a culpa de mãe me faz pensar que se carrego um porque não carrego o outro. E meu lado racional diz que eu como mãe devo valorizar o melhor para ele, e o melhor para ele é ficar na rotina dele e ser poupado de um batidão de 4 dias para tão longe.

Enfim, ser mãe é tomar decisões, viajar é muito bom, é uma delícia, mas uma viagem programada e com tempo é perfeita para fazer em família... já uma viagem corrida de última hora não me parece o melhor para um baby não é mesmo?

Aguardem o próximo capítulo.


14 de janeiro de 2013

E com 15 meses ele andou...

Meu amado baby boy, segundinho, depois de muito engatinhar e ensaiar, andou. Estava demorando, eu estava um pouco impaciente, o que é absolutamente errado, como mãe devo respeitar o tempo do meu filhote. Mas como mãe também sou ansiosa, e espero que ele tenha suas conquistas, e descubra a maravilha da liberdade de andar sobre as próprias perninhas... enfim, num sábado de tempo nublado em são paulo, ele andou. E meu coração ficou explodindo de felicidade. Filmei, compartilhei, comemorei.
Parabéns meu filho por este marco tão importante na sua vidinha pequenina.
Mamãe está muito feliz e orgulhosa de você.
Te amo.