Desabafo de mãe:
Será que vou sobreviver a criação do meu filho? Tenho minhas dúvidas se eu resisto a tantos sustos..... rs
Claro que eu estou brincando, quero viver o máximo possível para criar ele e curtir as realizações da vida dele, algumas pelo menos, quanto mais melhor, mas juro que cada vez que meu filho me dá um susto de tombos, galos, machucados, dodóis e afins, eu quase morro.
Acho que eu é que sou o problema. FATO. Sou muito preocupada, muito noiada e pior de tudo muito superprotetora. Eu sei que não poderei nunca proteger meu filho das mazelas do mundo e da vida, e agradeço a deus por ele ter um anjo da guarda forte, que nunca deixou nada de grave acontecer com ele, mas acho que o anjo dele deve ser malabarista, circense, elástico e tudo mais, porque o que o David apronta, não é brincadeira não.
Ontem mesmo ele quase me matou do coração quando em fração de segundos se atirou na frente da rede de balanço, onde haviam 2 pessoas se balançando e foi arremessado para o chão... berro, sangue na boca porque cortou a gengiva com os dentes e em dois segundos estava todo serelepe de novo, querendo mais aventuras e eu quase morta estatelada no chão, quase sem respiração pensando que poderia ter sido algo muito mais grave. Sem falar naquela sensação pós susto que vc fica toda mole e cansada. Pensei como eu posso pensar em ter mais um filho um dia, se este já me dá este nível de preocupação. Não dou conta.
O case é que na hora que acontece alguma coisa com ele, fico puta da vida até com o golpe de vento que pode ter ajudado ele a cair... mas o fato é que não é culpa de ninguém. É a vida, e ele se atirando nela.
Mas porque isto parece tão difícil? Ontem mesmo ele era um bebê indefeso e hoje já é pessoinha, mas ainda não sabe lidar com os próprios limites, quer mais, todos os dias um pouco mais. Não reclamo porque todo mundo sempre me fala: sinal de saúde. Graças a Deus. Ter um filho saudável e perfeito é tudo o que alguém pode querer, e eu não estou reclamando disso não, de jeito nenhum. Estou reclamando dos sentimentos de mãe, dos meus medos perante tudo o que acontece com ele. Quando se machuca, quando adoece. Dói em mim umas 100 vezes mais.
Hoje quando encontrei a babá dele de manhã falei: cuidado com ele, não desgrude 1 segundo dele porque ontem ele já aprontou, caiu, se machucou e está muito agitado... e ela, claro... fica tranquila. Eu estava, até dez minutos atrás quando ouvi um "TUC" vindo da sala e um berro... BUÁAAAAAAAAAAAAA... bom, nem preciso dizer que no único segundo que ela descuidou dele ele bateu a cabeça no aparador e levantou um galo imediatamente. Fiquei tão brava, mas tão brava, que seria capaz de gritar um monte de coisas para ela..... Mas sublimei. respirei fundo, peguei ele no colo, passei gelinho e lá estava ele querendo ir brincar de novo... O pior é que eu sei que poderia ter sido comigo, ou com qualquer pessoa cuidando, porque acidentes acontecem, mas ultimamente tem acontecido mais, ele está próximo dos 2 aninhos, parece que ele está fazendo treinamento para trabalhar no JACK ASS sei lá pra que ou para ser KAMIKASE, mas confesso que está em uma fase muito agitada....
Tomamos todo o cuidado do mundo, mas nem todo o cuidado do mundo é suficiente, porque tem certas coisas que ele terá que vivenciar e eu não o poderei poupar.
Mas sofro. Choro. Fico tite. E angustiada.
E sei que faz parte do crescimento dele, e sei que a vida é assim mesmo, mas não é fácil!
Percebo que ser mãe é provar do melhor da vida, do paraíso, mas também é sofrer, é padecer neste paraíso em alguns momentos, e acho que o sentimento principal de mãe é este mesmo, a gente ve a pessoa crescer, se desenvolver e sofre muito se algo dá errado, um arranhão que seja, se possível fosse toda mãe passaria pelas dores dos filhos, se machucaria no lugar deles, ficaria doente no lugar deles, mas não podemos, então continuamos vivendo... e desejando muita saúde para eles, e brincadeiras saudáveis e nenhum dodói e nenhuma doença, tudo de bom até o próximo susto....
beijos de mãe que se preocupa demais
Fê
