Daí que eu tive uma infância feliz porém traumática devido a morte do meu pai quando eu tinha 4 anos.
Descobri depois de muito adulta, pela boca da minha avó paterna (que eu tenho contato zero diga-se de passagem, infelizmente) que não gostava de apagar as velinhas dos meus aniversários quando criança. Eu tenho um branco de aniversários na minha cabeça que vai dos meus 5 anos até os 10. Quando completei 11 anos eu me lembro da festa e tenho fotos que registram o momento e eu finalmente resolvi apagar as velinhas. Até então eu tenho um branco que não me lembro de ter feito aniversário. Assunto de prato cheio para os terapeutas de plantão. O ponto é que eu SEMPRE amei fazer terapia. Comecei a fazer ainda adolescente, com 14 para 15 anos e entre idas e vindas, nunca mais parei. (E virei a maior festeira do planeta, adoooooooooooooooooooooro aniversários, meus, do marido, do filho, da família inteira, amo uma comemoração, pra mim qualquer motivo para celebrar não passa em branco. De branco só ficou o que restou na minha cabeça daquele período, mesmo... será que Freud explica?)
Pausa: (Não gente, eu não sou louca, eu sou normalllllllllllllllllllllllllllllll rs rs rs!)
Terapia é uma coisa engraçada, tem gente que faz e ninguém sabe, porque a pessoa fica com aquela cisma de que vão achar que ela é louca, mas ela adoooooooooooooooooooooooora fazer, então toda semana naquele mesmo bat dia, horário e local a pessoa sai na surdina para o compromisso "oculto".
Tem aquela pessoa que faz terapia, ama de paixão, não vive sem e sempre consegue emendar numa conversa: "meu terapeuta/analista sempre me diz que...." , é um misto de satisfação e orgulho....
E tem o tipo de pessoa que nunca vai ter alta. Eu, por exemplo. Porque eu faço por um tempo, trabalho vários "conteúdos" aí chega uma hora que não dou mais conta e eu paro. Aí preciso de um tempo pra saber que sou capaz de viver sem. Igual quando vc gosta muito de um namorado (isso só se aplica a namorado tá, marido não serve porque vc já amadureceu e evoluiu...rs) e aí acha que sua vida tá muito em funça do pessoa o que não te deixa feliz, então vc resolve terminar o namoro mesmo gostando, aquele famoso TEMPO, porque você quer saber se fica bem sem ele... ( ok pode ser que ninguém nunca tenha feito isso mas eu que tenho os meus infinitos traumas de perder qualquer coisa, por causa da perda do meu pai quando era criança e blablabla, então, eu já fiz isso...rs)... e aí em algum momento de crise existencial (tenho várias, minha última foi ano passado quando decidi sair do trabalho que eu master amava pra ficar mais perto do filhote que eu master amo mais que tudo no planeta courseeeeeeeeeeeeeeeeee (todo mundo que é mãe vai me entender...rs).
A terapia que eu mais gosto é a Junguiana. Eu amo Jung. Leio livros sobre ele e seus métodos, assisto filmes. Eu acho que este "envolvimento" do terapeuta com o paciente é maravilhoso. E aí sempre questiono se minha atual terapia é boa enough ou se está muito "slow motion". Descobri que meu convênio cobre 12 sessões de terapia por ano. E toda vez que o ano vira preciso ir num Psiquiatra (me sinto super louca) para ele me indicar a psicoterapia e o convênio aprovar. E aí conto um pouco dos meus "traumas" e dos motivos pelos quais eu preciso fazer terapia. Ninguém nunca discordou. Acho que tenho realmente várias coisas para resolver. Mas a pergunta que ficou ecoando na minha cabeça desde a consulta com o tal psiquiatra que iria me liberar as 12 sessões do ano do convênio, que foi esta semana foi, após eu ter contado pra ele que voltei pra terapia justamente no ano passado quando estava em "crise existencial" para decidir se saia do trabalho e cuidava do meu filho ou continuava infeliz no trabalho... e ele me perguntou:
"- E a crise existencial, passou?"
E eu fiquei com aquela cara de ponto de interrogação... e respondi:
"- Parte da crise sim. Mas sabe que ainda não encontrei o equilíbrio entre trabalho x maternidade. Percebi depois de sair do trabalho que ser só mãe também não me faz feliz, mas aí até hoje busco um FORMATO que seja perfeito para a minha rotina com o meu filho. Sei que sou bem mais feliz hoje do que eu era ha 1 ano e meio atrás quando resolvi sair do trabalho. Disso tenho certeza".
Mas aí fiquei pensando se minha terapia está realmente me ajudando... pois 1 ano e meio depois eu ainda tenho resquícios de uma pseudo crise existencial....
Daí depois lembro que sou mãe e que mãe é bicho esquisito mesmo, que fica buscando isso e aquilo, querendo dar conta de tudo e no final não dá conta de nada, ou dá conta de parte e fica sempre no débito. Eu sou devedora. Como já disse aqui e continuo repetindo, devo não nego, pagarei quando puder. As amigas do coração master power de sempre (já diria meu filhote amado David: Mamãe vc tem muuuuuuuuuuuuuuuuuuuitas amigas!) sabem que esta Mamma aqui corre corre, patina, dança, samba e nunca tem tempo pra nada além de almocinhos e jantarzinhos e cafezinhos pra falar do que? De maternidade hora essa... do que mais a gente iria falar? rs rs rs rs rs (bom até que estou com tempo né? cafezinhos, jantarzinhos e almoços... se não tô com tempo tô comendo bem... rs)
Agora fala se amor de mãe não é a coisa que move o mundo? Fala sério... ser mãe te tira do status pessoa e te eleva para o status "eu vou dar conta de tudo porque esta pessoa precisa de mim"... não reclamo não, minha vida não é mais só minha, minhas prioridades mudaram, meu celular nunca pode ficar desligado, nunca mais desliguei e relaxei por completo e ainda assim.... ser mãe é a melhor coisa que já me aconteceu.
Depois de ter sido a cafona da neve, gente, passei um final de semana na praia, num barco delícia, tudo de bom e juro, eu era a mais fashion da marina kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk... mentira, não era a mais fashion, mas era ok dentro daquele mood "somewhere beyond the sea"....rs, afinal ficar só descalça ajuda não ter que pensar no sapato, e depois de óculos, chapéu e protetor solar: eu entendo! rs
Beijos de mãe que busca auto-conhecimento hoje e sempre