Entre resoluções e decisões eu sempre me questiono se estou indo para o caminho certo. Estou em constante questionamento. E estou sempre disposta a mudar. Poucas coisas, muitas coisas, mudar um pouco, mudar muito, mudar tudo. Mesmo sendo uma taurina com muitas amarras em terra firme, depois de ruminar minhas coisas sempre consigo pensar que é possível mudar alguma coisa: para melhor. E claro que meu perfeccionismo absurdo não me deixa em paz, eu SEMPRE acho que posso melhorar alguma coisa.
Estou super feliz com a minha alteração de rotina e por ter apertado o botão PAUSE, ou melhor SLOW MOTION da minha vida, e atualmente tenho feito o que pode ser feito, e não tenho me desdobrado em mil para conseguir fazer tudo. Simplesmente aceitei viver a partir deste ano com menos velocidade e com mais qualidade. E tá dando certo. Era uma resolução de ano novo, mas não ficou só no papel. Estou tentando aplicar T O D O S os dias aqui na minha vidinha de meu deus. Recomendo. Só não tem receita... porque se tivesse teria feito isso muito antes.
Mas ainda sinto que tenho mais algumas coisas para mudar. E para repensar. E aquele assunto segundo filho é um deles. Ano passado eu simplesmente sabia que não iria "fazer" outro filho. Mais para o final do ano eu tinha "certeza" que não ia querer outro filho jamé. Mas como minhas certezas não duram muito tempo, algumas coisas aconteceram, e aí como na maioria das vezes me acontece, tive um insight! Percebi que minha total "AVERSÃO " ao assunto segundo filho era decorrente de uma dor gigante vivida no aborto que eu tive em dezembro de 2009. Na verdade eu acho que esta situação do aborto que eu já contei aqui, me deixou com um "trauminha". Sabe uma coisa que vc sempre quis fazer e tal, mas aí a vida te prega uma peça e derepente vc consegue se convencer de que não quer mais aquilo de jeito nenhum? Acho que foi isso que me aconteceu. Mas acho que quando resolvi escutar a vozinha dentro de mim, eu só ouvi um eco mais ou menos assim:
vc não superou o que te aconteceu, e por isso não está pronta para partir pra outra.
Bingo!
é isso gente. Por isso que eu não quis "comprar" o irmão do David, pra quem leu o post sabe do que eu tô falando. E por isso eu grito aos 4 ventos do mundo o quanto estou inapta para exercer a maternidade novamente com outro baby. O que é absolutamente verdade.
Então esta semana me aconteceu algo diferente. Fui visitar uma amiga que acabou de ter bebê. A bebê dela é segunda filha. O primogênito dela é mais velho que o David, coisa de 1 ano e pouco... E aí quando fui pegar a baby no colo vi que meu jeito atual para um micro baby é aproximadamente "zero". rs Fiquei com vergonha de mim mesma, tipo, gente parece que a pessoa nem tem filho! Mas a gente esquece.... juro! Eu peguei, nem sabia por onde começar, aquela coisinha tão pequenina, e aí ela ficou super desconfortável no meu colo e eu imediatamente passei para a mãe dela....rs Depois minha amiga ficou me falando o quanto era legal ter o segundo filho, o quanto era mais "fácil" o quanto eu deveria esquecer o passado e "move on" e aí aquilo tudo me fez pensar e repensar na minha decisão de "não ter" outro filho.
Confesso que comecei a flertar novamente com a possibilidade de futuramente dar um irmãozinho para o David. Não sei em qual momento exatamente, mas começo a flertar com a feliz possibilidade de ter mais um bebê na família no futuro. Porque acho que só agora, depois de 1 ano e 2 meses pós aborto, eu superei o que aconteceu. E acho que atravessei a ponte. E deixei pra trás aquele sofrimento retido, contido, pesado, revoltante. Agora consegui realmente olhar para tudo isso e não sofrer mais. Claro que jamais vou esquecer, como todo mundo que já passou por isso sabe. Mas isso não me faz mais sofrer. Não dói mais. Cicatrizou. Tirei isso da minha mochila da vida (sabe aquela que a gente carrega todos os dias da nossa vida?). O peso ficou lá atrás, lá no ano passado... junto com todas as minhas nóias, junto com toda a aversão ao assunto.
Só agora posso dizer que tudo isso ficou para trás de verdade.
E me sinto leve de novo. Pronta para decidir baseado no meu coração e no do amor da minha vida, e não mais em nossos sofrimentos juntos e misturados em relação ao passado. Tenho certeza que decidindo ter ou não nosso segundo filho, o irmãozinho do David, esta decisão será de coração e verdadeira. E validada. Não será para evitar que a gente não viva de novo algo tão ruim quanto o que foi aquele aborto. Será o que tiver que ser. Felizes com nosso filhote único ou felizes com dois filhotes.
E aí eu deixo vcs com a música que me vem a cabeça agora:
-"como será o amanhã?
responda quem puder...
o que irá me acontecer?
o meu destino será como Deus quiser,
como será?"....