Tenho percebido ultimamente no David, que está muito perto de completar seus 4 anos, uma vontade incontrolável de ser independente. As coisas que ele faz e sempre me pediu, hoje quer fazer sem pedir. Andar de elevador por exemplo, ele quer ir sozinho, e acha o máximo. Quer nadar sem bóia, mesmo ainda não sabendo nadar. Está aprendendo. Alguns comportamentos isolados vão mostrando uma nova fase chegando: ele está crescendo e querendo ficar independente em certas coisas.
Ao mesmo tempo que isso é muito feliz e um curso natural da vida, é uma coisa que me deixa com a pulga atrás da orelha e cheia de dúvidas: qual é a medida certa da liberdade que eu posso dar para o meu filho de quase 4 anos? Até onde é uma liberdade saudável e até onde pode ser prejudicial à ele e a nossa relação? Porque é tão difícil soltar para a vida um menininho que até ontem a noite era um bebê?
Eu me questiono o tempo todo e vejo que em paralelo as conquistas dele, à felicidade de conseguir colocar a própria roupa sozinho, a tirar a propria roupa, a fazer coisas que antes ele não fazia, ele precisa reafirmar seu amor por mim. Então todos os dias recebo uma grande declaração de amor. Acho que isso muito tem a ver com o caminho dele, ele vai seguindo e aí quando percebe que se distanciou de mim, sua mãe, ele volta e diz o quanto me ama, o quanto não quer viver sem mim e o quanto eu sou importante para ele. Do jeito dele, que é o mais importante. Fica muito claro que é o menino andando e voltando, andando e voltando. Até que ele se sinta seguro o suficiente para andar sem precisar voltar.
Como as crianças são espertas e como a vida é mágica e segue mesmo seu curso. Mas porque o tempo passa tão depressa? Porque eles insistem em crescer tão rápido? E porque eu preciso aprender tão rápido a poder dar espaço para a liberdade dele se manifestar sem perder meu poder de decisão de mãe? E como encontrar a equação perfeita para deixar ele ser feliz e acreditar na autonomia dele, fortalecer a autoconfiança sem deixar ele ficar achando que pode tudo?
Hoje acordei assim, questionando. Preocupada com o tempo. Como ele passa depressa. E ao mesmo tempo feliz, porque meu filho está prestes a fazer 4 anos e ele já é um menininho cheio de vontades de independência. Ponto pro David. E vamos nos adaptando as novas mudanças.
Os filhos crescem e aparecem. Isso é bom né?