5 de dezembro de 2014

A DANÇA DAS NOSSAS MÃOS







Quando você nasceu, nossos olhares se encontraram, você veio imediatamente para o meu colo sentir meu cheiro, senti seu coração e claro, toquei suas mãozinhas… foi a primeira vez que nossas mãos se encontraram… mal sabia eu, que desse dia em diante nossas mãos se entrelaçariam tanto e que você gostaria tanto de ter a minha mão por perto…  

Todas as vezes que você mamava, você segurava a minha mão com suas mãozinhas… o seu toque foi evoluindo e ficando mais forte… você fazia a dança das mãos a cada mamada… ficava enrolando seus dedinhos nos meus, mexendo na minhã mão, explorando cada espacinho entre a minha mão e a sua… eu achava mágico e peculiar. Um movimento totalmente seu. Cinestésico, sim eu tinha um filho totalmente cinestésico. 

Na hora de dormir acontecia a mesma coisa. Depois de te ninar no colo, quando colocava você no berço, vc queria um aconchego de mão…. Se acordava chorando no berço, uma mão era capaz de acalmar você, principalmente a minha mão. Sempre foi assim. Você se deitava e mesmo dormindo, gostava de dormir segurando a minha mão. 

Depois disso foi crescendo e começou a aprender que minhas mãos poderiam te levar para caminharmos juntos. Que através desses caminhos que fazíamos juntos, primeiro segurando as duas mãozinhas até que você pudesse caminhar sozinho, depois com apenas uma mão, você iria descobrir o mundo ao meu lado. 

E hoje quando te vejo, no auge dos seus 3 anos, quando quer mostrar algo importante para alguém faz questão de pegar na mão da pessoa e levar até o lugar que você quer mostrar. Amo seu jeito filho. Seu jeito de valorizar o toque. De amar ser massageado. De gostar de segurar na mão das pessoas. De precisar de contato humano. De gostar de dançar de mãos dadas. 

Gosta tanto do toque que bater não é tão ruim para você. Temos trabalhado juntos esse seu desejo desenfreado por tocar e apertar  que ás vezes vem sem medida… Você entende… se frustra, baixa os ombros, mas entende… depois passa. Seu timing é rápido. Se chateia, chora, baixa os ombros, fica num canto, mas logo depois já está sorrindo, correndo, pulando, solto, leve, livre. Até precisar de novo encontrar aconchego em mim. 

Sei que você não é mais meu bebê e nem quer ser. Quer ser um menino grande de qualquer jeito. Talvez porque veja seu irmão mais velho fazendo coisas que você também quer fazer.
Eu querendo que você fique bebê só por mais algum tempinho.
E você querendo ser grande o quanto antes.
É claro Beny que você veio para me mostrar que não posso controlar nada nem ninguém. E também para me ensinar tantas outras coisas. E sei que se você fosse um menino com asas você sairia voando a qualquer momento.
Porque você é livre. Muito diferente de mim. Muito parecido com o seu pai. Personalidade forte. Toque forte.
Meu bambam. 

Espero que minhas mãos continuem te levando para caminhos de felicidade e alegrias meu filho. E saiba que hoje em dia, quando vc deita em mim e segura minha mão eu sinto paz, amor e plenitude. Saiba que minhas mãos sempre estarão aqui para você. Te conto que nos primeiros anos da sua vida você vai precisar mais delas… mas mesmo quando você não precisar mais, elas estarão aqui para você. Ansiosas por uma dança. Com você.