9 de fevereiro de 2015

COMO EXPLICAR O INEXPLICÁVEL?


Ás vezes me dá um nó na garganta… um aperto no peito que desce pro estômago… uma tristeza… quando penso o que vai ser desse mundo aqui que a gente tá vivendo. Quando penso nos meus filhos e no futuro deles aqui nesse pedacinho de planeta que a gente compartilha. 
Me dói acabar com os sonhos infantis, puros, perfeitos deles… 


Ter que dizer que as pessoas são capazes de fazer coisas ruins… mesmo para pessoas boas…
Cuidar daqueles coraçõezinhos que se entristecem quando acham que não são tão amados quanto gostariam, ou nas suas fantasias infantis…
Posso lamentar também por eles não terem conhecido um mundo bem diferente desse, no passado, quando o avô deles descia a Haddock Lobo de carrinho de rolimã, ou quando eu subia em árvores na minha rua…


Crescer dói e ver crescer também dói. Vejo o David entendendo tantas coisas e questionando tantas outras coisas tão difíceis de falar. Tenho medo do medo que ele vai sentir quando souber que o mundo não é exatamente como parece. Mas a vida é assim. E para sorte ou azar deles, foram nascer de uma mãe bastante realista. Sensível e mega afetiva mas totalmente realista. E que para alertá-los sobre perigo faz questão de contar com a realidade. Dura. Difícil. E até Cruel ás vezes.


E por outro lado, junto com a dura realidade, preciso ajuda-los a manterem a chama do sonho acesa dentro deles, fazer com que eles nunca desistam dos seus sonhos, faze-los acreditar que tudo vale a pena se a alma não é pequena (já dizia Fernando Pessoa), fazer crescer e se multiplicar dentro deles o amor pelas pessoas e pela vida, fazer eles perceberem que mesmo no meio de tanta coisa ruim existem infinitas coisas maravilhosas, muitos presentes da vida, a felicidade presente nas menores coisas, aqui, agora, nesse pequenino espaço de tempo que podemos ficar juntinhos.

Essa missão de ser mãe, de ser guia sem ser chata, de ajudar sem invadir, de amar sem sobrecarregar, de doar sem sufocar, de dar amor sem faltar com o amor, de alertar sem brigar, de ensinar sem criticar é complexa, difícil e gratificante. Por mais que eu me esforce parece que sempre estou fazendo tudo errado. Sempre. Mas no fundo, bem lá no fundo, quando olho pra eles, sei que mais acerto do que erro. E mesmo ás vezes desejando que houvesse um manual prontinho me dizendo como agir, o que falar, dentro de mim estão as maiores sabedorias e os melhores aprendizados da vida. Aqueles que recebi de outras histórias de amor, de outras relações que a vida me presenteou, de todo o amor que recebi e claro que das faltas e sofrimentos que senti. 

Então quando me deparo com uma pergunta difícil e inexplicável deixo uma coisa chamada "instinto" falar em meu nome. E porque não,  muitas vezes, dividir com meus filhos as minhas dúvidas, e o quanto eu realmente gostaria de saber sobre assunto x ou y, mas na verdade são coisas difíceis de serem explicadas, porque as pessoas são muito diferentes. E que precisamos amar e aceitar as diferenças de cada um. E valorizá-las quando for possível. Afinal não são essas diferenças que dão textura pra nossa vida?

As regras não existem. E estou quebrando todas as regras que não servem pra mim e pra minha família quando estou maternando. Quero criar nossas próprias regras. Somos diferentes. Somos únicos. Porque não podemos desenvolver nossas regras exclusivas ao longo das nossas vidas?